quinta-feira, 12 de julho de 2012

DUO

As vezes parece subir algo de dentro; parece ecoar vazios, sentimentos.
É como um nó que sobe e que me dói o peito. Nó que as vezes parece entalar meu falar, parece tampar o meu olhar e me impedir de enxergar, vozes ecoam aos ouvidos coisas que já não quero escutar.
Pensei em procurar formas de falar-lhe, pensei até em gritar mágoas, tento dizer-lhe sobre lágrimas, distúrbios que fui ganhando com o passar das quimeras.
Nunca fui boa em dizer-lhe sentimentos, sempre ofreci palavras, mesmo em papéis frágeis, papéis aqueles que eram esquecidos com o sonar de sua fala, eu me pego as vezes a não conseguir distinguir minhas atitudes, e ponho em mim culpas de suas atitudes, eu tento me apresentar um tanto amável, para talvez então ganhar algum tipo de gratidão, tento em meio aos ecos de minhas falas gritar angustias que me fizeram desacreditar em falsos olhares.
Permaneci muitos anos a me questionar o por quê de tão abominável, o por quê de tão desagradável. Minha tortura maior é a culpa... Será que o politicamente correto me traria um outra visão? Mas se ao menos eu fosse correta...
Em suma são vergonhas, mágoas, tristezas e desafetos. Em suma são ecos sentimentos e o alardeio de desentendimentos... Em suma são destruições, em suma são vozes falando, vozes aquelas que já não me confortam... Vozes aquelas que já não me assustam, vozes que não me trazem qualquer tipo de bem. Vozes essas que não me trazem amparo, vozes que me deixam o amargo.

[...]

 Vozes ecoam um sonar em meus ouvidos;
ecoam em meu pensar,
me levam e me deixam perdido...
vozes me fazem parar de falar.

 Vozes que gritam em meu peito;
são as que gritam se devo chorar,
vozes não me fazem perfeito...
as que gritam não me fazem acalmar.

 Vozes me fazem perder sentidos;
me impedem de enxergar,
as vozes me clamam desprezos...
são elas que me fazem traumar.

 Se as vozes que sobem de meu seio,
fossem aquelas mesmas que me trazem desvaneio;
 Se elas fossem as mesmas dos meus desesperos,
seriam as mesmas que me trazem anceio;
 Se elas fossem belas como as que me foram um dia,
aún que seriam como tudo que não me pedia.

 As vozes me põe a sonhar,
elas me fazem caminhar;
 São as próprias que me fazem oprimi,
são elas que me fazem esmair.

Vozes rocas, fracas ...são fortes;
trazem azar e sorte se eu amar.
 Vozes oscilosas me fazem pedir,
são elas que me fazem sumir.

 Voces volveram a mi pecho,
volveram a mi alma,
volveram a mi ancia...
 E são elas que me fazem penar.

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