domingo, 10 de fevereiro de 2013

Mar-soléu.

As ondas que percorrem meu mar,
se esquivam em penhascos, pelos quais duvidei existir.
Dor maior seria se o Monte de dor não existisse, 
dor maior traria senão mil cores de mutilação,
mil formas de informação.
E perderam, esqueceram e caíram ao chão,
como a água que corre na areia,
como a onda que paira e vira maré.
Maré que sobe e afunda...
enterra pedras entre os grãos de areia.
Tamparam as luzes, esqueceram os vislumbres das coisas...
Mar verão, 
e enxergaram sons e deixaram mudo aqueles que sabiam falar.
Vento percorrerá sombras e derrubará falsas serelepes,
misturarão os vastos vácuos de luz...
Haverão músicas com tons de lembranças distintas,
apaziguarão água e cielo.
Inundarão montanhas e farão afundar petas perpétuas.

[...]

Em trilhas caminhei, afim de achar algo que me fizesse feliz,
encontrei bosques que me fizeram crer nisso.
Escutei cantados de quem me fez crer em embustes.
Me embuti em pensamentos que me mostraram o azul...
Azul doentio, febril, anil...
azul séssil, sereno, pacífico.
Cambiei;
Efetivei-me em ter um bem, em ser o bem feitor, em me fazer o bem.
Enfrentei rotas pelas quais me trouxeram o real, 
que me trouxeram o árido tom da veracidade.

Cheguei ao mar, desrumado, enfandegado, desapontado...
Eu me refiz! Na verdade, eu me repus um infindável ser.
Trouxe a vida o que eu deixei-me evocar;
Mas sem perceber fui engolido pela vontade de lutar.
Re-gredi, des-vai, me im-pedi de tentar voltar ao começo.
Foliei folhas cheias de esquecimento, eu me refiz!
Me questionaram o porquê da mudança,
me questionam o motivo de desfazer o feito,
o efeito nulo em mim.

Efetive-me bem, recriei-me sóbrio,
bebi doses de sanidade, eu me refiz!
Me repus, diante das ondas que despiram o meu ser...
as que flagelavam minh'alma.
Afoguei-me em águas que me fizeram célebres dos distúrbios imposto as minhas fadigas,
as minhas eloquentes vontades;
Pude pairar sombreando as margens do mar,
e enaltecer ondas que me fariam evocar goles da verdade.